terça-feira, 19 de agosto de 2008

Insânia

"A poesia é a insânia. Talvez o gênio seja uma alucinação
e o entusiasmo precise da embriaguez para escrever."
Sêneca

A noite está no seu lugar
Areia movediça. Mausoléu;
certa como rajadas de vento
e distante como explosões
de bolhas submersas.

Sonhos imploram vagas
Vazios. Sedentos;
sopram calor nas vidraças - frias e agora embaçadas
E dançam vertiginosamentea dança dos Reis embriagados.

Luzes condensadas incidem
no centro - entre
Dois balões de oxigênio lubrificado
Fosforescente
Apagam vestígios na argila fresca
enquanto vultos passeiam.

A chuva ausente traz o cheiro
de coisa molhada.
Criatura com medo; E lava até as almas ocres
de lodo. De paixão.

Sons invadem
Atravessam janelas fechadas
Geladas. Cegas
Como as madrugadas silenciosas
que parecem durar pra sempre.
Cacos de vidro rasgam
a pele desidratada e frágil
- Fácil! Pena de fênix.
E escrevem em caleidoscópios de diamantes
a frase que os gnomos gritam ao céu.


22-07-08

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