Porque se vive e nelas passam sem perceber
os sussurros sem nome,
as carícias e a fome.
e nelas também se esquece
Qualquer corpo que sozinho já não mais se aquece.
Perante os moinhos coloridos
Adejam homens sem libido
E jogam-se nos abismos fundos
À procura, quem sabe, de outros mundos
Talvez melhores, talvez mais quente
Mundos solitários e de perspectivas abrangentes.
Então quando as horas se vão
Largam-se culpas de mão em mão
e o que outrora fora vivo
agora é simples pedaço esquecido
E como carne podre, endurece
Num lugar onde quqlquer coisa se esquece
E o chacal no deserto infame
Alimenta-se do corpo exangue
Sem uivar, sem escolta
Porque a hora que vai, também volta.
12-11-08
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