sexta-feira, 3 de abril de 2009

Cosmos

Viagem Transcendental
direto ao âmago acudido.
Caminho desenvolvido em espiral.
Carrego comigo um velho ruído
que ecoa no vácuo visceral
a música sublime do amor caído.

Mágoas esquerdas no céu.
Um ambiente de transtorno morto.
Em meio ao lamaçal em véu
contorno as delícias de um destino torto,
numa busca incessante ao verdadeiro réu;
dono do meu verso em lágrimas absorto.

Já na manhã gritante
De cores nômades de sangue e luz
Adoro o som dançante
de sonho - e à esperança faço jus
Quando rompe a vida diante
do amargo e do pus.

Na escuridão dissonante de hordas
Escondo a saliva acostumada
ao toque como um violão de cordas.
Se sente como virgem amada
quando o gozo ultrapassa as bordas
E invade a sonolenta alvorada.

Já tarde ela se enrola - e dorme.
Com o semblante aliviado
no leito roxo e disforme
Entre o amor e o desatinado.
Já tarde ela ri - e dorme.
Feliz por tê-lo ao seu lado.

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